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sábado, 23 de janeiro de 2016

Vira-bosta Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)

   Ave conhecida popularmente como Vira-bosta(se refere ao hábito de revirar em fezes a procura de insetos), Gaudério, Godero, Chopim, Chupim, Chupim-vira-bosta, Melro, Maria-preta, Engana-tico, Rola-bosta e Zulego. Entretanto seu nome científico é Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789). O que esse nome significa? A primeira palavra, o gênero Molothrus é de origem grega, vem das palavras Mölos que quer dizer "luta" e thöskö que quer dizer "impregnar, para o pai"; enquanto que a segunda palavra bonariensis é de origem latina, vem de bonara, que quer dizer "bom ar, referente a região de Buenos Ayres na Argentina". Sendo assim, seu nome científico faz referência a (ave) de Buenos Aires que luta pela atenção dos pais, nesse caso fazendo alusão aos filhotes que lutam pela alimentação oferecida pelos pais adotivos. 
  Pertence a família Icteridae da qual também fazem parte por exemplo, Xexéu(Cacicus cela ), graúna(Gnorimopsar chopi ), Encontro(Icterus pyrrhopterus ) e asa-de-telha-pálido(Agelaioides fringillarius).
   Indivíduos adultos atingem cerca de 21 cm de comprimento e 52 gramas, sendo a plumagem dos machos de cor azul-violeta em boas condições de iluminação, enquanto que nas fêmeas é de cor marrom fuligem e dorso negro, além de serem menores.
    Alimenta-se de sementes,insetos( e outros pequenos animais) e de frutos. Essa espécie é parasita, tendo em vista que a fêmea põe seus ovos em ninhos de outras aves, que acabam tornando-se "pais adotivos", ou seja, M. bonariensis não constrói ninho. Há relatos de que já foi encontrado ovos(pelo menos um por ninho) de Vira-bosta(Molothrus bonariensis) em ninhos de mais de 200 espécies de aves brasileiras, como por exemplo em ninhos da lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta) e do bem-te-vi (Pitangus sulphuratus).
   Ave gregária(vive em bandos) que pode ser vista em matas, mas habita principalmente áreas abertas, como campos de cultura, parques, pastos e jardins. Distribui-se pela América do Sul, exceto na cordilheira dos Andes, ocorrendo em todo o território brasileiro.
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa ave principalmente na cidade do Natal, especificamente no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e na cidade de Parnamirim. No entanto há registros da espécie em todas as mesorregiões do estado.

Referências

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

Vira-bosta(Molothrus bonariensis) Disponível em: http://www.museudezoologia.ufv.br/bichodavez/edicao19.htm Acesso em 16 de janeiro de 2016.

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